n.05 | 2012 – Imagem, deriva e dança

Júlia Studart

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Descrição

“Em entrevista concedida a Pedro G. Romero, Georges Didi-Huberman afirma que um dos conceitos mais importantes para o seu trabalho é o de sintoma. E deixa muito claro que com isso não quer dizer que busque o que provoca ou causa o sintoma, o ‘sintoma de’. O que procura, na verdade, são os próprios sintomas [porque sintoma é um conceito semiótico – fala do sentido –, mas é também corporal]. E isso é precisamente um gesto: um movimento do corpo que se encontra investido de certa capacidade de significado ou de expressão. É importante remeter ao sentido da palavra grega ‘syntoma’, que tem a ver diratemente com queda, com naufrágio, com derrubada, coincidência e acontecimento fortuito. E a imagem, por sua vez, está numa relação direta com o gesto, com o corpo, mais ou menos próxima a essa deliberação, a essa atribuição. Porque, lembra Didi-Huberman, o que interessa é, de fato, o que acontece entre o mundo dos signos e o mundo do corpo, e que isso é o que seria, precisamente, uma imagem.”