n.40 | 2015 – Manifesto em defesa do ritmo

Henri Meschonnic

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Descrição

Hoje, para ser um sujeito, para viver como um sujeito, preciso fazer um lugar para poemas. Um lugar. O que vejo a maioria ao meu redor chamar de poesia tende estranhamente, insuportavelmente, a recusar um lugar, seu lugar, ao que chamo de poema. Há, em uma poesia à francesa, por razões que não são estranhas ao mito do gênio da língua francesa, a institucionalização de um culto feito à poesia, que produz uma ausência programada do poema. Modas sempre existiram. Mas essa moda exerce uma pressão, a pressão de diversos academicismos acumulados. Pressão atmosférica: os “ares do tempo”. Contra essa asfixia do poema pela poesia, há uma necessidade de manifestar, de manifestar o poema, uma necessidade que alguns sentem periodicamente, de fazer sair uma palavra sufocada pelo poder dos conformismos literários, que não fazem nada além de estetizar esquemas de pensamento, que são esquemas de sociedade.

Informação adicional

Ano

2015