Descrição
Nesta conferência realizada na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma “La Sapienza”, no dia 7 de dezembro de 2018, Giorgio Agamben pensa arquitetura a partir de uma perspectiva arqueológica e questiona: quais as relações entre habitar e construir? De que modo pensar uma arquitetura – dos campos de concentração, mas também dos shoppings e dos presídios – em que a construção não tem por destino a habitação, mas o inabitável? A partir destas e de outras questões, o filósofo afirma uma crise, afastando-se todavia do tom apocalíptico: encarar esta crise na arquitetura é também reinventar o modo de ser e viver com os outros, e sobretudo, consigo (ou seja, esta crise é também uma possibilidade de reinvenção ética da experiência).
“[…] O homem tem necessidade não só de uma toca ou de um ninho, mas de uma casa, de um lugar onde ‘habitar’, onde construir, conhecer e exercitar intensamente seus ‘hábitos’. Construir, que é o objeto da arquitetura, pressupõe ou tem constitutivamente a ver com a habitação, a faculdade de habitar. Assim, a quebra do nexo entre construção e habitação implica uma crise radical para a arquitetura, crise que quem pratica essa arte com seriedade tem que, no mínimo, encarar.”
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Patrocínio UniBH. Projeto 0699/2017.