Descrição
Partindo do pensamento de Furio Jesi, Walter Benjamin, Hannah Arendt e Judith Butler, além de outros autores, acerca das relações entre revolta, revolução e caráter destrutivo, e cruzando com as poéticas de Paulo Ferraz, Alejandra Pizarnik, Paul Celan e Guimarães Rosa, este ensaio de Guilherme Gontijo Flores propõe alguns modos de entender a potência de revolta do poema. Esta potência não necessariamente se manifesta como expressão de uma crítica social ou política (ainda que esta expressão seja muitas vezes necessária e inadiável); trata-se de uma potência de revolta que está no gesto do poema.
“Qual é, então, a revolta do poema, se não sabemos ao certo contra o que, como e com o quê ele se revolta? Se não precisa ser a mobilização revoltosa expressa no poema, ou seja, se não é o poema revoltado em si, em que se reconhece sua revolta? Se não se insurge especificamente contra algo, em que consistiria seu gesto insurrecional? Por quê e para quê se levanta o seu levante?”
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Fundação Municipal de Cultura. Patrocínio UniBH. Projeto 0699/2017.