Descrição
“Esta entrevista aconteceu num sábado, 1 de novembro, entre as quatro e as seis da tarde, poucas horas antes do assassinato de Pasolini”, escreveu Furio Colombo, o entrevistador. O título do encontro, dado por Pasolini, é terrivelmente trágico, e indica o estado de permanente ameaça que o atingia sempre, e que o atingiu definitivamente naquela noite. As suas respostas buscam afirmar uma posição histórica e política radical, qualquer coisa que parece evidente ao seu pensamento, mas que não é imediatamente inteligível para quem o escuta. Como sempre, parece um mágico, alguém que toca o mais terrível enquanto o coração pulsa de vida e alegria.
“A recusa sempre foi um gesto essencial. Os santos, os eremitas, mas também os intelectuais. Os poucos que fizeram a história são aqueles que disseram não, jamais os aduladores da corte e os assistentes dos cardeais. A recusa para funcionar tem que ser grande, não pequena, mas total, não deste ou daquele ponto, ‘absurda’, não com bom senso.”