n.179 | 2025 Do osso, caldo – Derivas sobre a culinária, o ingrediente e a poesia

Carmela Pérez Morales

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Descrição

Este é um ensaio sobre a intimidade entre saber e sabor, entre os ingredientes e as palavras, entre os pratos e os versos. Escreve-se sobre o modo de tratar as frutas, os legumes e as palavras, e nos gestos de quem cozinha e de quem escreve distinguem-se o profissionalismo destro, e o amadorismo quase desajeitado e apaixonado. É um ensaio sobre sentir o gosto, na língua e no pensamento, de cada elemento e a beleza da sua presença.

“O velho Sando, insone, se pergunta, olhando o teto, pela etimologia de um nome local, em que a mesma palavra significa pensamento e sabor. ‘O pensamento é apenas a abertura da razão para as profundezas do mistério, que nada mais é do que o mistério do sabor, ou seja, o mistério do incomunicável’. O sabor é um fenômeno que não pode ser compartilhado por palavras. Ele requer o corpo e a experiência: é possível esboçar algumas aproximações, mas nunca serão suficientes. A essas tentativas, Don Sando chama poesia, e ‘a poesia não acaba com o mistério, mas lhe dá forma, permitindo-nos apreciar o mistério do sabor desde o limiar do pensamento. É aí, na poesia, que o sabor se torna imagem, se torna música, atrito do corpo a corpo’.”

Edição e preparação de texto
Maria Carolina Fenati

Tradução
Clara Delgado

Revisão da tradução
Fernanda Regaldo

Revisão
Andrea Stahel

Projeto gráfico
Luísa Rabello

Coordenação da coleção
Luísa Rabello
Maria Carolina Fenati

Belo Horizonte, abril de 2025