Descrição
Este ensaio dedica-se a traçar a coreografia da consciência diante da coisa, ou ainda, o modo como a consciência opera os seus exercícios de aproximação àquilo com que busca se relacionar. Os caçadores, o olhar estrábico, o humor e o movimento contínuo estão presentes neste texto, assim como uma ilustração que fortalece o seu espírito didático. É um ensaio que trabalha uma rara combinação – porque oferece concretude a movimentos sutis, porque torna mais duradouro o instante em que, diante de algo, um sujeito sente a própria consciência.
“São formas de se aproximar: a coisa está lá, mas, por mais que se queira, não podemos abordá-la diretamente, porque entre a pessoa e a coisa está a consciência. Se tivéssemos a graça, como um animal ou como um menino de três anos, poderíamos, mas já não a temos. Não somos como essas belas almas das quais falavam os românticos, não agimos espontaneamente sempre de acordo com nós mesmos. No entanto, aspiramos a isto: a que nossas ações sejam espontâneas e estejam de acordo com nós mesmos.”