Descrição
Neste ensaio a autora nigeriana Kosisochuwku W. Ugwuede pensa seu nascimento prematuro a partir de uma cicatriz que envereda pelo tempo, pelo corpo e pelo nome. A investigação de seu parto, apesar de particular, conecta pontos cruciais sobre o início de muitas vidas humanas, e se entrelaça à investigação acerca do seu nome. “Em sua terra, nomes são histórias”. Relatos de familiares e de professor Ibe compõem o que sua memória não guarda do início de sua vida, enquanto suas próprias memórias são traçadas pela sua cicatriz e pela sua escrita. Em sua busca, lhe são revelados dados científicos e demográficos, sociais e políticos acerca da sobrevivência de um bebê recém-nascido. Reflexões que perpassam a vida coletiva de seu país também podem nos ser comuns. Pensar o parto, prematuro ou não, nos revela, assim como foi revelado à autora, que “parir é tão exigente para a criança quanto é para a mãe”.
“O fato de eu ter nascido no limite da prematuridade extrema e levar uma vida saudável sempre foi contado como uma história milagrosa enquanto eu crescia. Com frequência, essa é a história à qual me agarro quando preciso ser arrancada de um dos muitos buracos onde me escondo, de volta à difícil tarefa de viver. Me convenço de que, se o Universo/Deus/Destino/Ciência conspiraram para que eu permanecesse aqui, então certamente sou capaz de atravessar um mês, ou um ano, ou anos, difíceis – muitos dos quais dediquei à sempre-movediça tarefa de escrever.”