Descrição
Este ensaio traça relações entre poesia e tênis. Ainda que não haja literatura abundante, o que há é preciso e certeiro, e há versos que aproximam o jogo de tênis da irrevogabilidade do tempo, da força do diálogo, do ritmo – e também da consciência da força individual, que não sucumbe diante das derrotas, e também não se enaltece demasiadamente nas vitórias, quer dizer, uma força individual que não esquece que está e sempre estará envolvida pelas outras forças do campo. Este é o terceiro ensaio de Julio Trujillo sobre a literatura e os esportes – para quem quiser, há também: “Nadar é escrever e vice-versa” (Caderno 145) e “Um poema de nove entradas” (Caderno 157).
“Até as raquetes se prestam ao lirismo! Porque o tênis, além de sua beleza explícita, funciona muito bem como símbolo da vontade, do esforço individual, do ritmo e do poder necessários para não sucumbir ante as derrotas nem se engrandecer nas vitórias. Tamanha é a irmandade desse esporte com a poesia que, há uma década, Wimbledon tem um poeta oficial encarregado de fazer uma composição diária durante o torneio, e não apenas isso: na quadra central dessa Meca do tênis (nas palavras de Foster Wallace), há uma placa de madeira com dois versos do celebérrimo poema ‘If’, de Rudyard Kipling (provavelmente o poema mais declamado em idioma inglês), e é tradição que, ano após ano, os campeões do torneio os leiam em voz alta.”
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Projeto 0182/2021.