Descrição

Em 1971, a escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol e Augusto Joaquim, seu marido, participaram da criação de uma pequena escola, a Escola da Rua de Namur, fundada para acolher filhos de imigrantes em Lovaina, na Bélgica. Enquanto se dedicava às crianças e à escola, Llansol começou também a prática diária de escrever, com a qual continuaria durante toda a vida. Neste ensaio, Maria Carolina Fenati escreve a partir de fragmentos retirados do espólio da autora, buscando acompanhar de que modo ela praticava a aprendizagem da leitura e da escrita com as crianças, bem como as relações entre essas práticas e a literatura. Uma das partes do ensaio é dedicada a Isabelinha Fernandez, uma das crianças da escola, com a qual Llansol, de algum modo, aprendeu a urgência de inventar a própria língua.

“Tal como quem ensina, quem escreve responsabiliza-se não pela perpetuação de um estado do mundo, mas pela continuação da vida como metamorfose, e isso exige a força leve da alegria – escutar e dar voz a algo que é da ordem da mudança, algo para o qual se escreve (mesmo quando não há palavras) e que não cessa de alimentar, em todos porque em cada um, o desejo de aprendizagem.”

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Projeto 0182/2021.