Descrição
Neste ensaio, Nancy busca precisar o movimento do tempo no presente. Não exatamente no sentido de definir as demandas ou exigências próprias da época que nos é dado viver, mas sim de elaborar de que modo o tempo passa e abre intervalos entre as gerações recentes. Rasuramos a ideia de uma herança linear, regida por valores duradouros, e também afastamos a revolução composta pela destruição e pela fundação de outro tempo. O que resta é uma relação de síncope entre gerações, o que implica a reescrita do que imaginamos como crise, mal-estar, possível e impossível. Afirma-se também uma espécie de posicionamento político que difere jovens e velhos de qualquer idade — trata-se de distinguir entre quem, a cada gesto, se dispõe/ expõe ao desconhecido, e aqueles que se fecham na ruína.
“Em todo caso, no tempo da disjunção, se não é justo pensar em termos de geração, de idades e, portanto, também de ‘declínio’ ou de ‘renovação’ (de ‘decadência’ ou de ‘renascimento’, de ‘degeneração’ ou de ‘regeneração’ — todas essas valorações que supõem uma medida, um valor de referência), nem por isso está excluído falar de velhice e de juventude. Não no sentido das idades da vida, mas no sentido daquilo que se fecha ou que se abre.”
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Projeto 0182/2021.