Descrição
Durante séculos a literatura, o teatro, e mais recentemente o cinema, foram povoados por imagens de mulheres que oscilavam entre as representações binárias angelicais ou demoníacas. Desde as clássicas Helena de Tróia, Circe, as sereias da Odisseia, passando pelos contos de fadas moralizantes e personagens bíblicas, houve uma espécie de fundação de uma ideia de feminino no imaginário hegemônico. Partindo da produção poética de autoras estadunidenses como Sylvia Plath, Anne Sexton, Hilda Doolittle entre outras, em “Ladras da Linguagem” a poeta e pesquisadora Alicia Ostriker pensa como essas mulheres construíram projetos poéticos revisionistas, entre as décadas de 1960 e 1980. A ensaísta vê essa produção como atos de roubo de uma linguagem que não foi ensinada às poetas, as colocando em confronto com uma tradição que definia suas representações mas não as aceitava como autoras.
“Proponho que aquilo que distingue essas poetas não é a partilha de uma única langage des femmes – como desejado por algumas pessoas –, mas sim uma invasão diversa e vigorosa aos santuários da linguagem existente, aos tesouros onde nossos significados para ‘masculino’ e ‘feminino’ são preservados.”
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Projeto 0182/2021.