n.136 | 2021 – Reivindicação do prazer pelo prazer: Notas sobre pornografia e outros rituais inúteis

Florencia Guzzetti e Sofía Laporte

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Descrição

Este ensaio busca pensar por que a pornografia, bem como outras instâncias de prazer, são invisibilizadas no espaço coletivo. Parte-se da ideia de que elas são radicalmente improdutivas, quer dizer, não visam nada além da sua própria realização; são imprevisíveis por definição, escapando também ao cálculo; reafirmam a potência do ritual, e portanto, de desvio à um cotidiano normatizado. Claro que, na lógica do capital, tudo isso incomoda. Pensar as instâncias inúteis do prazer é encontrar uma fenda nas lógicas majoritárias e também nas articulações do pensamento, escapando ao recalque e ao constrangimento como inibidores dessa discussão, e afirmar o prazer como valor.

“[…] diante do imperativo capitalista que coloca a utilidade acima do prazer e os contrapõe, reivindicamos nosso direito à inutilidade em todas as suas possibilidades criativas. Nós nos comprometermos em e com rituais inúteis e nos deixarmos afetar por eles é uma resistência afetiva à lógica utilitarista e à sua consequente fagocitização do prazer e uma possibilidade que temos de que, como diz Foucault, ‘o desejo surja’.”

[Não recomendado para menores de 14 anos]

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Projeto 1094/2020.

Edição
Maria Carolina Fenati

Tradução
Clara Delgado

Revisão
Thiago Panini
Andrea Stahel

Projeto gráfico
Luísa Rabello

Capa
“Membramento”, Clarice Panadés

Coordenação da coleção
Luísa Rabello e Maria Carolina Fenati

Novembro de 2021