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A pandemia talvez ensine, a longo prazo, a escutar a inteligência da vida, cuja esfera humana é parte, e não o todo. “Gaia” é a palavra para essa inteligência não humana e, por ela, o futuro apresentou-se de repente. “O futuro era isso”, “o futuro era a guerra”, “é uma guerra de um novo tipo” – se hoje ocupamos espaços em um campo de batalha, se experimentamos um presente claustrofóbico, resta imaginar que para além dele só viveremos se percebermos desde já que não estamos sós.

“No futuro em que habitamos, o ritmo de nossa produção e consumo está se reduzindo tão drasticamente quanto a amplitude do círculo que os movimentos de nossas vidas desenham. Isso quer dizer que a terapia de choque da pandemia está conseguindo algo que nenhuma campanha ecológica havia conseguido: que entremos, por fim, numa dinâmica de decrescimento, sem a qual, é necessário lembrar, estávamos nos lançando de cabeça e a toda velocidade em direção ao colapso.”

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Patrocínio UniBH. Projeto 0699/2017.