n.99 | 2020 – Para a América viver, é preciso que a Europa morra

Russell Means

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Descrição

Este discurso foi proferido por Russell Means em julho de 1980, no Encontro Internacional de Sobrevivência de Black Hills, no estado de Dakota do Sul, nos Estados Unidos. Destinando-se aos índios americanos resistentes ao genocídio da sua cultura, suas palavras atingem quem busca não reproduzir as estruturas colonialistas das teorias européias. De Marx a Newton, de Descartes a Locke, do mito da eficácia à fé na ciência, o pensamento europeu opera a desespiritualização do universo, e revela-se incapaz de reter a destruição do planeta. O discurso deste índio Oglala Sioux volta a dizer o que não deveríamos esquecer: a sobrevivência dos índios americanos, e também a nossa, é inseparável da sobrevivência de outras formas de vida.

“Há uma regra que pode ser aplicada aqui. Não é possível julgar a natureza real de uma doutrina revolucionária europeia com base nas mudanças que ela se propõe a fazer dentro da estrutura de poder e sociedade europeias. Vocês só podem julgá-la pelos efeitos que terá sobre os povos não-europeus. Isso porque toda revolução na história europeia serviu para reforçar as tendências e habilidades da Europa para exportar a destruição para outros povos, outras culturas e para o próprio meio ambiente. Desafio alguém a apontar um exemplo em que isso não seja verdade.”

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Patrocínio UniBH. Projeto 0699/2017.

Tradução
Luciana Campos

Revisão
Guilherme Gontijo Flores e Bernardo Bethonico

Projeto gráfico
Mateus Acioli

Fevereiro de 2020