Descrição
Uma pergunta abandonada (mas sempre curiosa) na obra de Victor Hugo (1802-1885): Como conceber o discurso historiográfico como um agenciamento entre história e drama, nas suas palavras “história e drama a um só tempo” (VH. Correspondances)? Se assumirmos a postura da crítica literária dos últimos cem anos, a resposta certamente seria o da impossibilidade. Estaríamos diante de um romance infectado por miasmas de matriz histórica que simula, mas não alcança a História em sua tactilidade. “Um romance histórico a maneira de Walter Scott”, diriam as velhas (algumas nem tão velhas) bíblias sobre a literatura romântica. Será mesmo? Se acaso não fosse, existiria outro modo de conceber, por exemplo, o uso de personagens de ficção em obras como L’homme qui Rit, definido por Hugo como a verdadeira História da Inglaterra pós-revolução?