Descrição
“Degollación del Bautista” foi publicado pela primeira vez na edição de abril 1930 da Revista de Avance. Este poema em prosa de tom fortemente surrealista gira ao redor de São João Batista, símbolo de dor e da impossibilidade amorosa.
“A decapitação foi horripilante. Mas maravilhosamente executada. A faca era prodigiosa. Ao fim e ao cabo, a carne sempre é barriga de rã. Há que ir contra a carne. Há que levantar fábricas de facas. Para que o horror mova o seu bosque intravenoso. O especialista da decapitação é inimigo das esmeraldas. Sempre te disse, meu filho. Não conhece o chiclete, mas conhece o tenríssimo pescoço da perdiz viva.
O Baptista estava de joelhos. O degolador era um homem minúsculo. Mas a faca era uma faca. Uma faca faiscante, uma faca de faíscas com os dentes cerrados.”
Este Caderno de Leituras foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Fundação Municipal de Cultura. Patrocínio UNA.