n.113 | 2020 – Abolir o dinheiro

Eske Bockelmann

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Descrição

Neste ensaio, Eske Bockelmann faz uma proposta a princípio impensável: abolir o dinheiro. Entre as soluções já elaboradas para os inúmeros problemas criados pela acumulação de riqueza – desde a consequente acumulação de miséria até a corrente destruição do planeta em que vivemos – o autor observa que o dinheiro em si, aquilo que incorpora as riquezas e as misérias, é pouco ou nunca desafiado. Pensar um mundo sem dinheiro traz efeitos que vão além das perspectivas econômicas suscitadas por essa supressão: implica reformular as ideias vigentes em torno da valoração de tudo o que há e, assim, o próprio pensamento.

“A relação entre bens e dinheiro, que devemos estabelecer como um intercâmbio de equivalentes, vulgarmente conhecida como ‘compra’ e ‘venda’, em que um é dado pelo outro, e assim equiparado a seu valor, exige que conceitualizemos este valor. E este valor é uma substância puramente imaginária, ou melhor, uma não-substância, imaterial, sem qualidades, vazia, não substanciada e sem átomos, um nada puramente quantificado. Porém, de novo, este nada sempre se relaciona à mercadoria, vinculando-se a todas as coisas imagináveis e às circunstâncias a que podemos comprar e pelas quais pagar, e assim, ao mesmo tempo, à encarnação de algo, à encarnação de todas as substâncias, qualidades e conteúdos possíveis – consoante, ao mesmo tempo, à encarnação de tudo.”

Projeto Caderno de Leituras, nº 0699, aprovado no Edital 2017 oriundo da Política de Fomento à Cultura Municipal (Lei nº 11.010/2016).

Coordenação editorial
Maria Carolina Fenati

Tradução
Sergio Ricardo Oliveira

Revisão da tradução
Carolina Faria e Clarissa Xavier

Revisão
Clara Delgado

Coordenação de arte
Luísa Rabello

Projeto gráfico
Mateus Acioli

Setembro de 2020