Descrição
Em “A anomalia poética”, da ensaísta e teórica da literatura Silvina Rodrigues Lopes (1950-), a literatura é afirmação de formas de vida e criação de linguagens que escapam às constantes teóricas e rasuram as normatividades. Para pensá-la é preciso não recusar a sua força, ou ainda, não apagar aquilo que nela é anomalia, irregularidade. Nos onze ensaios que compõem este livro, a literatura é pensada através de questões que lhe são decisivas – por exemplo, ficção, testemunho, valor, técnica, artifício. Por todo o livro, não se perde de vista também que a literatura participa da partilha do sensível e que isto tem, inevitavelmente, efeitos sociais e políticos.
Na apresentação, lê-se: “Há no fundo comum aos vários textos a ideia de que a cada obra corresponde uma potência de percepção/expressão, pela qual subtrair-se a qualquer lei é afirmar sem garantia prévia, afirmar o que tem a força de interromper os discursos identitários e que, como tal, só pode ser um gesto sem autoridade, fragmentário, de criação do múltiplo irredutível.”
Silvina Rodrigues Lopes escreve e traduz, pesquisa literatura e ensina na Universidade Nova de Lisboa. Seus livros dedicam-se à teoria literária e à literatura portuguesa contemporânea. Publicou, entre outros: A inocência do devir, A legitimação em literatura, Literatura, defesa do atrito e A anomalia poética, reeditado agora pela Chão da Feira.