n.143 | 2022 – A constituição e a criança

João Gabriel Madeira Pontes

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Descrição

Este ensaio dedica-se a investigar os significados da Constituição nestes tempos de profunda crise da democracia constitucional. Para tanto, vale-se da leitura de dois outros textos: “no ano de blade runner: a crise constitucional”, da poeta brasileira Júlia Manacorda, e “What the Constitution Means to Me”, da dramaturga norte-americana Heidi Schreck. Entre o depoimento pessoal e a reflexão crítica, o ensaio também é uma carta endereçada a quem perambula entre os desvãos da história política recente e ao mesmo tempo deseja vislumbrar o que neles resta como esperança, isto é, como afirmação política do imprevisível.

“[…] o que algumas dessas imagens revelam é uma tendência global, verificada em países tão diversos quanto Brasil, Estados Unidos, Hungria, Índia, Polônia e Turquia. Vale dizer, salvo exceções pontuais, as democracias não mais perecem por meio de golpes apoteóticos, com soldados e tanques nas ruas, e sim mediante processos graduais de deterioração, disparados e conduzidos por forças, movimentos e atores políticos familiarizados com a mecânica dos pleitos eleitorais. Como no famoso poema de T. S. Eliot, escrito enquanto o autoritarismo caminhava a passos largos para tomar de assalto a Europa do início do século XX, as Constituições acabam não com um estrondo, mas com um suspiro — ou melhor, com vários pequenos suspiros.”

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Projeto 0182/2021.

Edição e preparação de texto
Maria Carolina Fenati 

Revisão
Andrea Stahel

Projeto gráfico
Mateus Acioli

Coordenação da coleção
Luísa Rabello, Maria Carolina Fenati

ISSN 2764-3301

Belo Horizonte, março de 2022